Bem estar físico, mental e emocional

 

Leitor(a) amigo(a),

“Há mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar vossa vã filosofia”. Esta frase atribuída a Shakespeare num momento da evolução humana em que nada ou pouco se sabia dos mistérios divinos faz-nos pensar: o que ou quem o inspirou com tanto acerto?

Em verdade, a humanidade da época de Shakespeare e a humanidade dos dias atuais difere na evolução tecnológica, mas ainda está longe de entender a evolução espiritual que se processa nos mundos.

Pelos textos antigos de diversas culturas, inclusive a Bíblia, percebemos quão atual são seus ensinamentos! Isto provavelmente significa que nós avançamos muito pouco em direção a Deus, ainda sem conseguir colocar em prática os ensinamentos de Jesus Cristo, especialmente o “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Pouco se sabe sobre o poder da oração e a força dos pensamentos, apesar de tantos debates. Já se fala em doenças psicossomáticas indicando que os sentimentos, as emoções desequilibradas, as sensações, ou seja, coisas que existem apenas no campo mental/emocional/invisível transferem-se para o campo físico/material/visível/palpável.

Pode-se concluir que os sentimentos, as emoções equilibradas, as sensações e tudo o que ocorre no campo invisível dos nossos pensamentos e sentimentos como a alegria, os bons pensamentos e o amor são preciosos antídotos no combate às doenças psicossomáticas e também para manter um corpo físico saudável! Por que não, se o contrário se dá? A ciência médica e a psicologia já assim admite.

Tristemente constatamos que até essa questão mínima aqui tratada é vista por muitos com total descrença. E assim a humanidade caminha “com passos de formiga e sem vontade”, como diz a letra de uma música de Lulu Santos.

Vivemos num mundo caótico e necessitamos buscar Deus para equilibrar nossas almas. Jesus quando se dirigiu ao Getsêmani, levou com ele os apóstolos e pediu a eles que o esperassem enquanto ele orava. Quando volta, acha os discípulos dormindo. Então ele diz a Pedro: Mt 26:41 – “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto,mas a carne é fraca”.

Eis a lição inesquecivel: “orar sempre e constantemente!”

Com a oração, a fé em Deus e em si mesmo, nossos pensamentos serão melhores e a vida muda para melhor.

Obrigada pela visita, muita paz!

Marlene Oliveira

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Uma Canção de Paz

Cidadão do mundo

Alexandre Paredes





O que é o meu país senão um lugar cheio de terras

Coloridas e de linhas imaginárias

Onde as pessoas dormem nas ruas

Comem pelo chão

Outras vivem em mansões

Mas todas precisam do mesmo pão

Seja nossa Pátria nossa Mãe

Mas seja também

A certeza de que ninguém está só nessa longa caminhada

Que somente acabará

Quando não houver mais nada

Mais nada

Nada a parti…lhar

Quando não houver mais nada

Quando não houver mais nada

Quando não houver mais nada a partilhar

O que é o meu planeta senão um lugar cheio de guerras

De bandeiras coloridas e imaginárias

Lutam todos pelas mesmas causas

Sofrem da mesma dor

No entanto a nossa cor e as religiões separam os corações

Que buscam a mesma paz mas brigam sem explicação

Pois o Deus é o mesmo Deus que fala a Bíblia e o Alcorão

Ou em qualquer canção de paz

Nas plantas e nos animais

No pôr do sol

Falando a linguagem do amor

E quando não houver mais nada

Quando não houver mais nada

Falemos a lingua…gem do amor

Quando não houver mais nada

Quando não houver mais nada

Só nos restará o amor

***

Uma canção de paz, com versos que falam da intolerância religiosa, da transição planetária e do que restará após.

That’s all, o tempo ‘tá tão pouco! Só vim retirar uma fina camada de poeira que estava aqui no meu blog tipo casa abandonada.

Paz e bem!

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VÊ COMO VIVES

Wallpaper: Moraine Lake, Banff National Park, Alberta Canadá.

“E chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: negociai até que
eu venha.” – Jesus. (LUCAS, 19:13.)

Com a precisa madureza do raciocínio, compreenderá o homem que toda a sua existência é um grande conjunto de negócios espirituais e que a vida, em si, não passa de ato religioso permanente, com vistas aos deveres divinos que nos prendem a Deus.
Por enquanto, o mundo apenas exige testemunhos de fé das pessoas indicadas por detentoras de mandato essencialmente religioso.
Os católicos romanos rodeiam de exigências os sacerdotes, desvirtuando-lhes o apostolado.
Os protestantes, na maioria, atribuem aos ministros evangélicos as obrigações mais completas do culto.
Os espiritistas reclamam de doutrinadores e médiuns as supremas demonstrações de caridade e pureza, como se a luz e a verdade da Nova Revelação pudessem constituir exclusivo patrimônio de alguns cérebros falíveis.
Urge considerar, porém, que o testemunho cristão, no campo transitório da luta humana, é dever de todos os homens, indistintamente.
Cada criatura foi chamada pela Providência a determinado setor de trabalhos espirituais na Terra.

O comerciante está em negócios de suprimento e de fraternidade.
O administrador permanece em negócios de orientação, distribuição e responsabilidade.
O servidor foi trazido a negócios de obediência e edificação.

As mães e os pais terrestres foram convocados a negócios de renúncia, exemplificação e devotamento.

O carpinteiro está fabricando colunas para o templo vivo do lar.

O cientista vive fornecendo equações de progresso que melhorem o bem-estar do mundo.
O cozinheiro trabalha para alimentar o operário e o sábio.
Todos os homens vivem na Obra de Deus, valendo-se dela para alcançarem, um dia, a grandeza divina. Usufrutuários de patrimônios que pertencem ao Pai, encontram-se no campo das oportunidades presentes, negociando com os valores do Senhor.
Em razão desta verdade, meu amigo, vê o que fazes e não te esqueças de subordinar teus desejos a Deus, nos negócios que por algum tempo te forem confiados no mundo.

Escolhi este texto, extraído do livro Vinha de Luz, do espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier. Espero sinceramente que seja objeto de reflexão. Até o próximo post!

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Que mundo te espera após esta vida?

Muitos de nós lemos livros psicografados que contam como é a vida do espírito após a morte do corpo físico. Chico Xavier psicografou Nosso Lar, de André Luiz, considerado um clássico. Nele o ex-médico e atual espírito André Luiz narra tudo o que encontrou e viveu logo após o seu desencarne, termo utilizado por Kardec.
Não me é difícil crer que a vida continua, numa outra dimensão!
Afinal, não só Allan Kardec revelou-nos cientificamente essas incríveis descobertas. A filosofia oriental, milenar, dos Yogues, Vedas, budistas por exemplo, que chegou ao ocidente por intermédio de Helena Blavatsky (deixo de postar foto dessa ilustríssima porque ela me assusta!), fundadora da Sociedade Teosófica, ensina que a vida continua e que nós renascemos diversas vezes. A filosofia oriental vai mais longe e explica que temos sete corpos, os três primeiros são os terrestres, que acabam com a morte, os quatro últimos celestiais, imortais, que são:
1. Sthula Sharira – O corpo físico, corpo denso;
2. Linga Sharira – O duplo etérico, o corpo astral na Teosofia de Blavatsky;
3. Prâna – O corpo vital;
4. Kâma Rupa – O corpo de desejos ou corpo emocional, o corpo astral na literatura Teosófica posterior a Blavatsky;
5. Manas – Nossa Alma Humana, ou Mente Divina. É o elo entre a Díade Atman-Budhi e nossos princípios inferiores; O corpo mental de Manas inferior;
6. Budhi – Nossa Alma Divina;
7. Atman – O raio do Absoluto, nossa Essência Divina.

Os antigos egípcios e outras civilizações extintas jamais descreram que a morte do corpo físico seria um novo começo.
A doutrina kardecista considera apenas três corpos: o corpo físico, o perispírito e o astral. Certamente é bem mais acessível à compreensão do homem comum.
É preciso considerar também que muitos de nós já vivenciamos alguma experiência no sentido de que existe vida após a vida, seja sonhando com nossos queridos mortos nos dizendo que estão bem, seja vendo-os e conversando com eles ou, ainda, sentindo-lhes a presença.
O fato de fazermos orações e encomendarmos missas para eles significa que, lá no fundo, cremos que possam receber tais benefícios.
Caso você não creia, vale a pena pesquisar o assunto!
Caso você creia, sempre há algo novo e interessante a ser descoberto!
Até a próxima!

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Minutos de Sabedoria Pág 005


Os conselhos ajudam, não há dúvida…

Mas não se esqueça de que a solução de nossos problemas está dentro de nós mesmos, na voz silenciosa de nossa consciência, que é a voz de Deus dentro de nós.

Não se deixe enganar: só você é o responsável pelo caminho que escolher.

Ninguém poderá prestar contas por você.

Procure, portanto, viver acertadamente, de acordo com sua consciência.

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Minutos de Sabedoria Pág. 005

Os conselhos ajudam, não há dúvida… Mas não se esqueça de que a solução de nossos problemas está dentro de nós mesmos, na voz silenciosa de nossa consciência, que é a voz de Deus dentro de nós.

Não se deixe enganar: só você é o responsável pelo caminho que escolher.

Ninguém poderá prestar contas por você.

Procure, portanto, viver acertadamente, de acordo com sua consciência.

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A Mensagem Crística Já Venceu Em Todo O Mundo!

“Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; é preciso que também a essas eu conduza; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um único pastor.” (João, 10:16.)

Querido(a) leitor(a),

A mensagem crística já venceu em todo o mundo.

Entendi que não se trata de esta ou aquela religião conquistar adeptos mundialmente.

Os grandes mensageiros de Deus no mundo não fundaram religiões.

Jesus se refere à sua mensagem, cuja essência é “O amor ao próximo como a si mesmo buscando cultivar as virtudes crísticas de forma verdadeira e incondicional refletindo diretamente o amor do próprio Criador.” (UC)

Comparem, que interessante:

“Bem-aventurados os que temem magoar outrem por pensamento, palavras e obras.” (Sufismo)

“A natureza só é amiga quando não fazemos aos outros nada que não seja bom para nós mesmos.” (Zoroastro)

“Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como olhamos a nós mesmos.” (Mahavira)

“Julga aos outros como a ti julgas. Então participarás dos céus.” (Sikhismo)

“Ninguém pode ser crente até que ame seu irmão como a si mesmo.” (Maomé)

“De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes: com generosidade, cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber e sendo tão fiel quanto sua própria palavra.” (Buddha)

“Não faças aos outros aquilo que não queres que eles te façam”. (Confúcio)
“Considera o lucro de teu vizinho como o teu próprio e seu prejuízo como se também fosse teu.” (Lao-Tsé)

“Não faças ao teu semelhante aquilo que para ti mesmo é doloroso.” (Lei Judaica)

“Não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor.” (Hinduísmo)

E, finalmente:

“Tudo quanto quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.” (Jesus)

Estas frases, assim organizadas, encontrei em um livro espírita, psicografado por Norberto Peixoto, de autoria do espírito Ramatís. Elas nos mostram como são semelhantes as religiões.

Desse modo, tendo alcançado todos os povos, a mensagem de Jesus Cristo, que é a mesma de Buda, Maomé e tantos outros acima citados, é a mensagem já espalhada para toda a humanidade.

Obrigada pela visita! Paz e bem!

Marlene Oliveira

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O Suprassumo Da Tecnologia

Um novo e revolucionário conceito de tecnologia de informação
Millôr Fernandes

Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas – L.I.V.R.O.

L.I.V.R.O. representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!

Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e capazes de conter milhares de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantêm automaticamente em sua seqüência correta.

Através do uso intensivo do recurso TPA – Tecnologia do Papel Opaco – permite-se que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade!

Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas. Isso, porém, os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.

Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.

Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima página. O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo. Ele nunca apresenta “ERRO GERAL DE PROTEÇÃO”, nem precisa ser reinicializado, embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo.

O comando “browse” permite fazer o acesso a qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com o equipamento “índice” instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.

Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você faça um acesso ao L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na última utilização mesmo que ele esteja fechado. A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração.

Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.

Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O. através de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada – L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a plataforma L.I.V.R.O.

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Colaborou: L.Barata, em 4/9/02

OBS: Existe um texto semelhante, já bem antigo, em inglês (B.O.O.K.).

Dias de luz!

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A realeza de Jesus

Wallpaper: Serene Waterway

“Tornou a entrar Pilatos no palácio, e chamou a Jesus, e disse: Tu és o rei dos judeus? respondeu-lhe Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haveriam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu reino não é daqui. Disse então Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes. Eu sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (João, 18:33, 36 e 37)
O reino de Jesus não é deste mundo, é o que todos entendem. Mas, na Terra, não terá Jesus uma realeza?
O título de rei nem sempre implica o exercício do poder provisório. Ele é dado por meio de uma concordância de todos aos que, por sua genialidade, colocam-se em influindo sobre o progresso da Humanidade. É nesse sentido que se diz: O rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, nascida do mérito pessoal, consagrada no tempo, não tem, muitas vezes, maior valor e importância do que aquele que leva a coroa? Ela é imortal e sempre abençoada pelas gerações futuras, enquanto a outra é jogo de oportunidades e, às vezes, amaldiçoada.
A realeza terrena termina com a vida; a realeza moral ainda governa, sobrepondo-se além da morte. Sob esse aspecto, Jesus não é um rei mais poderoso do que todos os soberanos? Foi, pois, com razão que disse a Pilatos: Eu sou rei, mas meu reino não é deste mundo.

[…]

Para se preparar um lugar neste reino celeste, é preciso a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua prática cristã, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que foste, que posição ocupaste, mas o bem que fizeste, as lágrimas que enxugaste.
Senhor, Jesus! Disseste que o teu reino não é deste mundo, pois é preciso sofrer para alcançar o Céu, e pelos degraus do trono não nos aproximamos dele. São os atalhos mais difíceis da vida que nos levam para lá. Procura, então, o caminho nas dificuldades e nos espinhos e não entre as flores.
Os homens correm atrás dos bens terrenos como se pudessem guardá-los para sempre; mas aqui não há mais ilusões. Logo percebemos que apenas nos apoderamos de uma sombra e que desprezamos os únicos bens sólidos e duráveis, os únicos que nos seriam úteis na morada celeste, e os únicos que poderiam dar acesso a essa morada.

Textos bons pra reflexão, leitor(a) amigo(a)! Retirei-os do Capítulo 2 do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

Obrigada pela visita! Alegria e Paz!
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Sobre conhecer a nós mesmos – para reflexão


Wallpaper: Waiting for Sunset, San Diego, California.

“[…]
– Querida, eu quero que você imagine uma noz, certo?
– … – ela não respondeu, ainda emburrada com a mãe.
– Certo? Viotti insistiu.
– Certo.
– Se eu lhe der uma noz fechada, o que você faz? Você coloca na boca e come?
– Dã! É claro que não. Nozes têm casca!
– Ariane… – voltou a dizer a mãe, com uma voz grave. Ariane resolveu não piorar o estado de humor dela e tentou levar a sério a conversa.
– Então, o que você faria primeiro?
– Eu quebraria a casca.
– Por quê?
– Porque não se pode comer a casca!
– Por quê?
– Porque é horrível!
– Conheço animais que a comeriam…
– Mas não é pra isso que serve a casca!
– É pra quê?
– É para proteger o que está dentro dela, entendeu?
– E o que está dentro dela?
– A noz!
– Mas a casca também não faz parte da noz?
Ariane estava começando a ficar nervosa. Já era impaciente por natureza; aquelas perguntas só a deixavam mais agitada.
– Tipo… é assim, ó: a casca faz parte da noz só porque protege a noz, sacou? Mas ela não é a “noz-noz”, entendeu? Ela só faz parte. Mas a noz de verdade está dentro da casca, tá me entendendo?
– Hum…
Madame Viotti pareceu muito satisfeita. Balançou a cabeça algumas vezes e voltou a sorrir.
– Querida, imagine agora assim. Imagine que nós somos formados de energia semidivina, mas que somos parecidos com essa noz que você pensou, certo?
– Tá. – Ariane começou a prestar mais atenção naquela conversa. Até se esqueceu de que estava emburrada com a mãe.
– Imagine que, assim como você mesma explicou, nós tivéssemos uma casca ao nosso redor que nos protegesse. Uma proteção um pouco mais… forte, que nos envolvesse.
– Hum… hum…
– Mas, ao mesmo tempo, imagine que essa casca fosse a gente, mas ao mesmo tempo não fosse exatamente a gente. Que o que quer que nós sejamos só pudesse ser realmente encontrado dentro dela. E essa proteção fosse só uma casca que protege a noz de verdade, entendeu?
– Tá.
– Se você plantar uma noz com casca, o que vai acontecer?
– Ora essa, não vai acontecer nada!
– E se a gente a retirar mais tarde de debaixo da terra…
– Vai estar a mesma coisa.
– E se você plantá-la sem a casca?
– Vai nascer, sei lá, um pé de nozes!
– Então ela vai evoluir para algo melhor.
– Tipo… acho que sim, NE?
– É nisso que devemos pensar.
– Como assim?
– Imagine que esse corpo de carne que você tem, com todos esses olhos bonitos que você tem, fosse apenas a casca de uma noz.
– …
– … e que quem quer que você seja de verdade esteja dentro de você, protegida por essa casca.
– … beleza.
– Se você acreditar que você é apenas essa casca ao seu redor, a sua vida vai ser como a noz que é enterrada com casca, entende? Ela não vai mudar nem evoluir. Não importa o que aconteça, no fim, quando a casca apodrecer, ela vai ser a mesma.
– Tô entendendo…
– Mas se você entender que você na verdade é o que está dentro da casca, então você vai ser capaz de evoluir, como a noz plantada sem ela.
– Certo. Mas o que isso tem a ver com os meus sonhos?
– Quando a gente dorme, a nossa casca se abre.
Ariane ficou em silêncio. Apesar de seu raciocínio juvenil ainda ser limitado perto do daquela senhora experiente, alguma coisa passou a fazer sentido.
– Então… quer dizer que a gente…
– Quero dizer que é um dos modos de a gente ativar a nossa noz de verdade.
– E por que a gente nem lembra direito dos sonhos?
– Porque a maioria acredita que a noz é a casca.
– E por que eu sou diferente?
– Porque você já entendeu que não é.
– Mas você acabou de me explicar isso tudo. Como eu poderia saber disso antes?
– Porque você já plantou a noz. A de verdade.
– … plantei sem a casca?
– Por isso é no sono. E ao longo dele.
– Então nasceu um pé de nozes?
– Então você evoluiu.
[…]
– E, madame… – Era notável como Ariane voltava a falar com aquela senhora de uma maneira não apenas respeitosa como sincera, por um respeito conquistado em vez de imposto. – … o que vai acontecer daqui pra frente?
– O “pé de nozes” vai dar frutos…
– Mas o que são esses lugares que o meu eu de verdade visita?
– São outros planos.
– De quê?
– De éter. Locais como Nova Ether, nascidos da essência de um Criador e outros semideuses que os mantêm vivos.
– Uau. – Ariane estava assustada. Todas aquelas informações davam medo à primeira vista. Mas também era de admitir que, ao mesmo tempo, eram extremamente excitantes.
– E esse é só o primeiro passo…
– Como assim, madame? – perguntou dessa vez a mãe, também um pouco assustada.
– Por enquanto, Ariane precisa do sono, porque ainda não foi treinada. – Ariane mantinha seus típicos olhos arregalados. – Mas, no futuro, ela não ficará presa a essa condição. – Olhos ainda surpresos.
“Logo ela vai aprender a quebrar a casca sempre que quiser.”
Os olhos arregalados não diminuíram. Mas havia nascido um sorriso abaixo deles.
[…]”

Draccon, Raphael. Dragões do Éter Livro 2 Corações de Neve. Ficção. 1ª ed. São Paulo: Textos Editores Ltda. 2009. p. 172-175.

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